A 1ª etapa da Proposta Curricular para São Paulo finalizou-se na semana passada quando nos dias 03 e 04 de abril foi feito um planejamento avaliando o trabalho do 1º mês. Alguns pontos positivos podem ser destacados como por exemplo a atualização dos conteúdos em diversas disciplinas. A dedicação dos alunos foi quase 100%, porém acharam estranho a forma como a proposta foi aplicada. Os professores também se dedicaram, visto que revelou-se que o principal problema da educação em São Paulo não são os professores.
Todavia algumas coisas podem ser repensadas. Alguma coisa tinha que ser feita. Seria impossível entender a queda na educação em São Paulo, a baixa qualidade sem tomar-se providências, justamente por parte de um governo que pretende a presidência da república. Doravante é bom explicar que o problema em São Paulo não é novo, nem mesmo é esse governo que o causou e nem será ele quem vai solucionar. O que se nota nesta política é o mesmo que se notou em outros tempos. Políticas de governo, e não políticas públicas. Pretende-se alcançar metas, números. Embora as avaliações externas sejam numéricas o problemas é bem mais embaixo. Os números não revelarão tudo que se passa ou se passou, mesmo que acrescentem melhorias.
Há mais de 14 anos esse governo tem mal tratado a educação no Estado de São Paulo, aplicando políticas governistas, eleitoreiras e assitindo o diagnóstico de queda sem dar atenção devida.
A política de terceirização (não somente na educação) já se revelou um tanto que perigosa para o setor público. A educação não pode ser tratada como um serviço que se empreita, como contruções, coleta de lixo, tratamento de água, eletricidades, etc. A educação é um bem universal!
Embora existam boas intenções na proposta, não é com base numa políticia americana onde os jovens planejam espetáculos de violência, show bélicos e assassinatos, que a nossa proposta deva ser pautada. Falou-se muito dos modelos internacionais. O ideal é criar-se um modelo brasileiro, ímpar, onde os problemas brasileiros devam ser diagnosticados e tratados.
Outro aspecto é que o governo de São Paulo escora-se na mídia (através de acordos neoliberais) para apresentar um diagnóstico onde os professores, pilares do sistema são desqualificados, como se fossem únicos responsáveis pela falta de qualidade. Um dos principais fatores é sim, a ausência de propostas criativas e formuladas com base nos modelos nacionais de educação. A ausência de investimento em qualidade está marcada principalmente pela presença do modelo terceirizado na formulação dos projetos. As equipes que confeccionaram o material, são terceirizadas, não convivem com o quadro de crise marcado há mais de 14 anos. Os curso que capacitam professores também são de cujo terceirizado, visto o descaso na articulação entre orientando, orientador, cronograma e planejamento. O material, após ser revisto, tem marca profundamente ideológica, onde se desqualifica políticas do governo federal, qualificando-se uma nefasta perda de recursos em São Paulo na última década (ver exemplo no jornal de geografia da 7ª e 8ª séries em relação IDH e GINI).
Para tanto, a política de governo (e não pública) acrescenta algumas incosntitucionalidades, como por exemplo a retirada das disciplinas Sociologia e Psicologia do currículo do Ensino Médio, e Geografia na 3ª série do EM sendo adequada a parte diversificada, retirada da base comum.
a data base do salário dos professores que exige correção de acordo com inflação do período nem sequer é falada e a estratégia de impor verticalmente via Diretoria de Ensino e Diração de Escolar a "Proposta" deixa de ser proposta, passando a ser imposição Curricular.
Mesmo cumprindo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, e financiando material escolar produzido por equipes terceirizadas e organizando uma estrutural de material físico junto as empresas concorrentes para fornecer bens e serviços o governo de São Paulo demonstra mais uma vez uma preocupação descabida, prioriza-se o supérfluo e minimiza o essencial.
Com uma equipe acostumada com o poder é estranho perceber que nem mesmo o grupo político ainda não viu, e enxergou, digo, enxergou, uma grande parcela de culpa originária nos próprios meandros de suas políticas neoliberais que apresentam fracassos em toda América Latina, na educação francesa, na itália, e principalmente nos EUA, gerando como principal fruto a violência.
De fato, professores precisam se preparar no cotidiano, sempre se adapatando, renovando, construindo, porém a classe dominante, o poder estruturado deve observar o quanto errou para refazer os erros e torná-los acertos.
Ainda necessita-se urgentemente de uma política pública para a educação de São Paulo e menos política de governo. Os recurso do FUNDEB estão aí (apesar do atraso devido obstruções equivocadas nas votações no congresso); a arrecadação de impostos cresce, porém a distribuição, o retorno talvez seja mal distribuído.
Embora tudo pareça mais um evento em ano de eleição as esperanças são grandes. Como diria Carlos Drumond de Andrade, "vamos de maõs dadas"! A sociedade entende com clareza a cada dia, nem mesmo a mídia ideológica engana mais, resta saber se os gestores da Proposta pensam como o poeta: "vamos de mãos dadas"!
Prof. PC
segunda-feira, 7 de abril de 2008
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