terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Essas e outras!

Essas e outras. O governador de São Paulo nos últimos meses tem procurado tecnificar ainda mais seu trabalho técnico. Busca fazer-se valer algumas leis implementadas na época da ditadura, como por exemplo criticá-lo por parte de seus funcionários e, como não intensifica a investigação nos peritos médicos do Estado a custo de obrigá-los a negar licença médicas aos servidores. Está certo quando afirma que o Estado teve grande prejuízo com licenças nos últimos anos, quando o número aumentou 10%. Porém errado, pois os maiores motivos das licenças são por problemas psicológicos relacionados ao trabalho. Será que o governo de São Paulo ofecere condições básicas de trabalho aos servidores como preve a constituição? Existe superlotação nas escolas, penitenciárias, hospitais, ou está tudo bem? Há servidores suficientes em todos os setores? Leiam a comparação abaixo...

24/02/2008 13:59h

Divulgação

O Governador de São Paulo assume em 2010

O Governador de São Paulo
assume em 2010


Divulgação

O Governador de São Paulo
assume em 2010

SERRA, O NOSSO PUTIN


SERRA, O NOSSO PUTIN

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Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 970

. O economista Marcio Camargo diz que o presidente eleito José Serra é "o último autoritário".

. O filósofo Paulo Arantes perguntou numa entrevista à Folha "o que pensa esse rapaz (Serra) ?"

. O Conversa Afiada prefere considerar o presidente eleito "o nosso Putin".

. E chama o presidente eleito de presidente eleito, porque ele e o PIG se comportam como se a posse dele, em 2010, seja apenas uma formalidade: ele já está eleito.

. Embora, no intervalo, tenha o incômodo de governar (?) São Paulo: clique aqui para votar na enquête: O que o governador Serra já fez ?

. O jornal New York Times, de hoje, domingo 24, inicia uma série de reportagens sobre o Putin, o Putin da Rússia.

. O título é "O controle de Putin sobre a Rússia sufoca os adversários" (clique aqui para ler).

. É o que nos espera em 2010 ...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Pra quem mora em São Paulo talves isso seja mais importante do que os Cartões Corporativos do GF

CARTÃO DE SERRA FOI USADO EM CASAS NOTURNAS
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Atualizada às 16h15 desta segunda-feira, dia 18.

Dados do Sigeo (Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária), repassados ao Conversa Afiada pela liderança do PT na Assembléia, mostram que os cartões corporativos do Governo de São Paulo foram usados para pagar contas em choperias e casas noturnas.
O Sigeo mostra gastos feitos na Choperia Farol Assis e num estabelecimento chamado Comercial Santo Amaro. Os gastos realizados nesses locais e pagos com o cartão corporativo do Governo Serra somam R$ 1.031,00 e foram realizados em junho de 2006, julho de 2006 e agosto de 2007. O ramo de atividades desses estabelecimentos é discriminado no Sigeo como "casas noturnas" (clique aqui).
Os gastos feitos na Choperia Farol Assis foram pagos por um servidor da Secretaria de Saúde no dia 31 de agosto de 2007, às 17h36, e somam R$ 366. Depois, no mesmo dia 31 de agosto de 2007, o mesmo servidor foi à Cachaçaria Água Doce, às 22h03, e gastou R$ 340 com o mesmo cartão corporativo que usou na Choperia Farol Assis. Um dia depois, no dia 01 de setembro de 2007, às 14h30, o mesmo servidor voltou à Cachaçaria Água Doce e gastou mais R$ 300 com o cartão corporativo do Governo de São Paulo.
Em maio de 2002 o cartão, que estava em nome de uma servidora, que na ocasião trabalhava na Secretaria de Ciência e Tecnologia, foi usado para pagar uma conta de R$ 8 mil na Estância Alto da Serra.
A Estância Alto da Serra é uma casa de shows e tem duas unidades: uma em São Bernardo do Campo e outra no Itaim Bibi, na capital paulista. Clique aqui para saber mais sobre a Estância Alto da Serra.
Outro dado do Sigeo que chamou a atenção do líder do PT na Assembléia, deputado Simão Pedro, foi o gasto de R$ 4 mil com o cartão corporativo, entre 2005 e 2007, para pagar táxi. O que chama a atenção é o fato de os gastos com táxi serem pagos a uma mesma empresa, a Chame Táxi (clique aqui).
http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/478501-479000/478529/478529_1.html

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Educação para São Paulo

Vale a pena ler a entrevista da atual secretária de educação do Estado de São Paulo. Vale a pena porque desde já pode-se observar a visão neoliberal e empresarial deste governo. Como se já não bastasse o estrago feito em 1994, cujos frutos as atuais pesquisas demonstram, o Estado deve um grande declínio na qualidade do ensino. Pois bem, como se o grupo que governa fosse totalmente diferente dos outros mandatos, ninguém olha atrás e busca sua parcela de culpa. Cabe lembrar que São Paulo era, entre 1994/2002 o laboratório para as experiências governamentais dos líderes da época. Tirar do Estado sua parcela de culpa quanto a desqualificação do ensino - que não foi pequena - é quase que irônico. Quem não se lembra das terceirizações de funcionários, redução do número de salas de aula, enxugamento do quadro curricular? Pois bem, para quem era assessora do ex-minístro Paulo Renato, e, conviveu com isso de perto, hoje falar em reformular, qualificar e priorizar os currículos escolares soa meio estranho. Estranho mesmo é transferir a culpa da desqualificação aos professores, afirmando que a classe deve fazer "mea culpa, máxima culpa".
Ao comparar o salário dos professores com outros estados simplesmente não faz nada de estraordinários, porque tradicinalmente no Brasil, professor nunca foi bem remunerado. Outrossim, nivelar por baixo a classe como se 75% dos docentes não exercem competências cabíveis na profissão, é desmotivar grande parte, ou melhor, a maioria dos profissionais, que ao contrário de sua opinião desenvolvem bom trabalho. É correto afirmar que professores não se atualizam, estão presos ao livro didático, reclamam das condições de trabalho, porém não é a maioria.
Nos últimos anos não se viu nenhum tipo de pirotecnia na educação, a não ser as bolsas entregues pelo ex-gonvernador no ano de eleição. E, se implementar projetos como o dos CIEPS e da Escola Pedrão foi pirotecnica, o que não dizer dos IDORT, Circuito Gestão, EM em Rede, etc. É bom falar de infra estrutura na escolas, muito bom! Melhor ainda das empresas que ganham licitações para essas implementações; políticas públicas disseminadas a revelia nesses últimos 14 anos.
Quanto a qualificação do profissional da educação cabe relatar que a avaliação pode e deve ser externa, mas desde que o cliente a avalie: alunos, pais, comunidade. Não se pode entregar a diretores - na maioria das vezes designados (fora de sua sede de exercício) autonomia para mandos e desmandos nas unidades escolares. Ora, acaba-se por atribuir juntamente com o professor, grande parcela de culpa aos gestores, que na maioria das vezes, sem democracia nenhuma são obrigados a implementar projetos direcionados pedagógicos sem consultas dos parceiros: profisoinais e comunidades.
Fala-se tanto em exercício democrático, porém o que se nota é a implementação tácita e autoritária dos projetos de governo, e não de educação. E se a idéia é fechar faculdades de padagogia sem qualidade, deve-se lembrar que estas mesmas se disseminaram durante a gestão Paulo Renato no MEC. Criadas sem critérios, avaliações e acompanhamento do órgão compentente.
Talves um olhar ao passado a gestora da pasta da educação deveria observar onde foi a queda, procurar as causas, avaliar o caminho e propor mais do que planos de governo, mas políticas públicas para educação, políticas não-elitistas e conservadoras, mas cidadãs. Além de se formar para o mercado, formar-se cidadãos, críticos, autônomos, que escolhem seu próprio futuro. Assim o país (e mesmo São Paulo) poderia estar sendo alavancado das aristocracias regionais; das disputas pelos controles dos orçamentos; dos processos de tomadas de decisões; dos favorecimentos e favorecidos e priorizar o objetivo da democracia, a inclusão do povo.

Prof. PC

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Vejam só...

BOLSA FAMÍLIA É 4 VEZES MAIORQUE CANA-DE-AÇÚCAR EM ALAGOAS


O professor de economia da Universidade Federal de Alagoas Cícero Péricles de Carvalho fez um estudo sobre o impacto do Bolsa Família no Estado. A pesquisa de Carvalho foi publicada pela revista inglesa The Economist e mostra que o Bolsa Família injeta quatro vezes mais dinheiro na economia de Alagoas do que a principal atividade agrícola do Estado, que é a cana-de-açúcar.
Carvalho disse que o trabalhador alagoano recebe R$ 3,00 por tonelada de cana cortada (clique aqui para ouvir o áudio). O Estado de Alagoas produz 25 milhões de toneladas de cana por ano. Isso significa que para cortar toda a cana alagoana o patronato paga R$ 75 milhões.
"E R$ 75 milhões é todo o dinheiro colocado na renda da sociedade para o consumo, naturalmente, em função do corte da cana. O Bolsa Família representa R$ 300 milhões por ano. Ou seja, é quatro vezes mais importante do que toda a renda gerada no principal setor agrícola local", disse Carvalho.
350 mil famílias de Alagoas recebem dinheiro do Bolsa Família. Isso significa a metade das famílias de Alagoas. A outra metade, segundo Carvalho, recebem dinheiro da Previdência Social. Por isso Carvalho diz que Alagoas se tornou "a Suécia ensolarada".
"Nem a Suécia tem uma cobertura social tão extraordinária. E quando o salário mínimo tem um aumento pequeno, como agora, R$ 32,00, o impacto é muito grande porque a pobreza também é muito grande", disse Carvalho.
O estudo de Cícero Péricles de Carvalho mostra que o Bolsa Família tem impacto positivo no comércio de Alagoas e do Nordeste. Segundo o professor, o comércio de Alagoas bate recorde de vendas há 46 meses seguidos.
"Desde março de 2004 que Alagoas bate recorde sobre recorde. Mas, veja só, é recorde sobre o seu próprio consumo, mas também o dobro da média nacional. E não tem explicação econômica para isso", disse Carvalho.
A pesquisa mostra que os recursos do Bolsa Família geraram uma explosão no consumo das famílias alagoanas, sobretudo no que diz respeito ao consumo de bens duráveis, como eletrodomésticos e móveis.
Leia a íntegra da reportagem publicada na revista The Economist (traduzida):
FAMÍLIAS FELIZES
7 DE FEEVEREIRO DE 2008 / MACEIÓ
THE ECONOMIST (EDIÇÃO IMPRESSA)
Um programa de combate à pobreza inventado na América Latina ganha repercussão internacional
FALE em globalização e as pessoas pensam em produtos cruzando o mundo do leste ao oeste enquanto dólares fazem o caminho inverso. Ainda assim, a globalização funciona com idéias também. Observe-se o programa de combate à pobreza BOLSA FAMÍLIA do Brasil, o maior em todo mundo nesta categoria. Conhecido no jargão de desenvolvimento como programa de “transferência de renda por condicionalidade”, ele foi moldado (em parte) sobre um programa similar do México. Após ser testado em larga escala em diversos países da América Latina, uma versão melhorada foi recentemente implementada em Nova York na tentativa de ampliar as oportunidades para crianças oriundas de famílias pobres. Membros do Governo Federal brasileiro estiveram no Cairo esta semana para ajudar o Governo Egípcio montar um programa similar. “Governos de todo o mundo estão observando este programa”, diz Kathy Lindert do escritório do World´s Bank em Brasília, que deve iniciar programas parecidos na Europa do Leste.
O Bolsa Família atua da seguinte maneira: nas famílias que recebem menos de 120 reais ($68) por pessoa ao mês, as mães recebem um benefício de até 95 reais com a contrapartida de que seus filhos freqüentem a escola e participem dos programas de vacinação do governo. Aos municípios cabe a compilação das informações de compatibilidade e atendimento às condicionalidades, mas os pagamentos são mantidos pelo Governo Federal Cada beneficiário recebe um cartão de débito para os pagamentos mensais, contanto que as condicionalidades sejam cumpridas; do contrário (após avisos) o pagamento é suspenso. Estima-se que 11 milhões de famílias recebam o benefício, o que equivale a um quarto da população brasileira.
No Estado nordestino de Alagoas, um dos mais pobres do Brasil, mais da metade das famílias integram o Bolsa Família. Das demais, a maioria recebe pensão do Estado. “É como a Suécia ensolarada”, diz Ícero Péricles de Carvalhos, um economista da Universidade Federal de Alagoas. Até certo ponto. Por volta de 70% da população de Alagoas é analfabeta ou sequer concluiu o ensino primário. A expectativa de vida é de 66 anos, seis abaixo da média brasileira. “Em termos de desenvolvimento”, diz Sérgio Moreira, o secretário de planejamento alagoano, “Alagoas está mais próximo de Moçambique do que partes do Brasil”. A compra de votos é ampla: vendeu-se votos na última eleição para Governador por 50 reais (em média). “Pessoas chegam até nós reclamando que venderam seus votos para um político e que ele não as pagou ainda”, diz Antônio Sapucaia, o presidente do Tribunal Eleitoral de Alagoas.
Enquanto garante ajuda imediata aos pobres, o Bolsa Família almeja um objetivo de longo prazo para encerrar esta cultura de dependência em garantir que as crianças recebam uma educação melhor que os seus pais. E já há alguns sinais encorajadores. A freqüência escolar aumentou em Alagoas, bem como em todo país, graças ao Bolsa Família e a um programa anterior chamado Bolsa Escola.
O programa também ajudou a pobre região nordeste a superar a média nacional de crescimento econômico. Isso auxiliou na redução da desigualdade de renda no Brasil. Ainda que apenas 30% da força de trabalho de Alagoas de 1,3 milhão de pessoas possua um emprego formal, mais de 1,5 milhão tinham celular no ano passado. “Os pobres estão vivenciado o crescimento chinês”, diz Aloizio Mercadante, senador por São Paulo, repetindo o orgulhoso discurso do Partido dos Trabalhadores que governa o país.
Procure com atenção e é possível também encontrar negócios disseminados por esta ampliação do consumo entre os pobres. Pedro dos Santos e sua esposa Dayse montaram uma fábrica de sabonete com 20 reais na sua casa em uma favela de Maceió, capital de Alagoas. Com a ajuda de micro-crédito eles aumentaram a produção diária para 2 mil barras de sabão em pedaços cor de mostarda. Ali perto, outro beneficiário de micro-crédito abriu uma loja de bebidas, lanches e doces. Na parede da loja uma lembrança que a política do Estado custará a mudar: um pôster de campanha eleitoral com o slogan “Collor: o Senador do povo”. Fernando Collor foi obrigado a renunciar como presidente do Brasil em 1992 após seu chefe de campanha comandar um esquema ilícito de tráfico de influência. Em seu Estado, porém, a carreira política do sr. Collor é próspera.
Apesar do sucesso imediato do Bolsa Família, três preocupações continuam. A primeira diz respeito à fraude. Como o dinheiro é pago diretamente ao cartão do beneficiário, há pouco controle esta saída de dinheiro. A questão é se os governos locais estão ou não apurando informações corretas e fiscalizando o cumprimento das condicionalidades. Em torno de 15% dos conselhos municipais afirmam de maneira improvável que 100% das crianças estão na escola 100% do tempo. Apesar disso, a maior parte do dinheiro vai para as pessoas certas: 70% vai para os 20% mais pobres, afirma o World Bank.
Segundo, algumas pessoas receiam que o Bolsa Família manter-se-á como um aspecto da sociedade brasileira, e não um implemento temporário para ampliar oportunidades. Se isso acontecerá ou não dependerá em grande parte de as escolas públicas brasileiras se desenvolverão de forma rápida para garantir ensino de qualidade. Desde o começo do programa em larga escala (2003) é ainda cedo para afirmar.
Terceiro, o Bolsa Família é associado com a compra de votos. Isso é injusto. O nome de Luiz Inácio Lula da Silva é fortemente associado ao programa – mesmo entre algumas pessoas de Alagoas que sequer sabem que ele é o presidente. Mas a gratidão deles não se estende ao PT. Há sinais que prefeitos que gerenciam bem o programa são agraciados nas eleições, o que não vale para aqueles que não administram bem o Bolsa Família. Por um relativamente modesto esforço (0,8% do GDP), o Brasil recebe um bom retorno. Se ao menos o mesmo pudesse ser dito de tudo mais com que o governo gasta.

leia em: http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/478001-478500/478164/478164_1.html

Retrono ás aulas

Segunda, 18 de fevereiro de 2008 retornam as aulas na rede pública do Estado de São Paulo. Novamente com grandes propostas de alterações no sitema de ensino. Uma delas é a recuperação de 42 dias. Para isso as escolas receberam (pelo menos quase todas) material proposto pelo projeto. Entretanto como não é de se estranhar as coisas acontecem a toque de caixa. Mesmo que o cronograma das mudanças tenha sido rigorosamente cumprido, o prazo para implementação das mesmas é inadequado. Outrossim, não é apenas como uma recuperação forçada e forçosamente empurrada de cima pra baixo na clientela escolar que vai definir a melhoria na qualidade. O material é atualíssimo e apresenta grande divversificação didático-metodológica, porém nota-se ausência de um eixo norteador que possibilitem a inter e a transdisciplinaridade. Além de algumas falhas, como por exemplo ausência de cor (mapas, fotos e gráficos), o que está presente são propostas textuais e análises númericas. A fragmentação no contéudo teórico é evidente, o que se estampa com clareza principalmente nos aspectos espaço temporias particionados. O que se questiona não é a tentativa, mas se a maneira como ela chega pode surtir resultados. È esperar pra ver. Se assim for, melhor pra sociedade paulista, e pros própositos do Estado. Se não, quem serão os culpados. Seria porventura os professores? A rapidez das mudanças pode ser benéfica? Ou os números responderão novamente num futuro próximo. O molelo do choque de gestão do governo paulista em 1994, ou "choque neoliberal" já trouxe resultados. As pesquisas recentem explicaram quais. Vale observar.
Prof. PC Geografia

Observem a imprenssa brasileira...

Freud explica! Explica?
por Izaías Almada
Afinal, é o Brasil que pauta a mídia ou é a mídia que passou a pautar o Brasil? Liberdade ou libertinagem de imprensa? A democracia deve ser preservada para o bem de todos ou deve ser tutelada para o bem de alguns? A liberdade de expressão vale para todo e qualquer cidadão ou apenas para aqueles que têm colunas e editoriais jornalísticos e televisivos? Vale para os movimentos sociais ou vale apenas para os lobbies da direita golpista? Confundir conscientemente verdades e mentiras não será um perigoso jogo antidemocrático? Condenar sem provas, uma atitude irresponsável? Opinião pública é apenas a opinião da classe média cansada ou é a opinião da maioria dos cidadãos?Não sou psicólogo, nunca tive a intenção de ser, nem tenho conhecimentos que me habilitem a fazer análises da conjuntura política brasileira – se for o caso - sob esse prisma. Contudo, pertenço ao rol daqueles 170 milhões de brasileiros que entendem de tudo e não entendem de nada ao mesmo tempo. Desse Brasil pós-moderno e neoliberal. Nesse aspecto, sim, considero-me capacitado a dar opinião, como qualquer cidadão a falar sobre a seleção de futebol, sobre política ou sobre o Lalau e o Paulo Maluf. Mas, voltando à psicologia. Já é famosa e gasta entre nós a expressão “Freud explica!”. A expressão, usada ad nauseam significa que a preocupação excessiva – individual ou coletiva – sobre determinada questão, sobre determinado assunto, pode significar, grosso modo, que a pessoa ou o grupo de pessoas preocupadas age, no seu inconsciente, de maneira diferente (e até mesmo oposta) àquilo que dá origem à sua preocupação. Em outras palavras: se eu não consigo alcançar as uvas maduras e fresquinhas de uma parreira, eu posso dizer que elas ainda estão verdes. Ou, se a namorada do meu vizinho é mais bonita do que a minha, eu sempre poderei dizer, “é... mas em mulher a beleza não é tudo”.E já que estamos no terreno do popular – essa condição social da qual Jorge Bornhausen e FHC e seus partidários têm tanto horror, existem também alguns ditados muito apropriados para explicar o inconsciente de um indivíduo, de uma coletividade ou de uma corporação. Ditados como “é o porco falando do toucinho” ou “o roto falando do rasgado”, que demonstram a falta de critérios ou de autoconhecimento na avaliação de uma determinada questão, em particular quando queremos imputar aos outros aquilo que muitas vezes fazemos às escondidas. Tomemos a ética como exemplo, esse conceito filosófico que estuda o comportamento humano sob a ótica do que é certo ou errado ou do bem e do mal. De repente, a imprensa brasileira descobriu a ética, alguns velhos políticos brasileiros descobriram a ética. Alguns filósofos, profissionais do assunto, trataram de deitar falação sob os holofotes da mídia, deleitando-nos a nós pobres mortais e ignorantes das questões de honestidade, justiça e democracia, com sua sapiência sobre a ética e o comportamento exemplar que cada cidadão deve ter perante a sociedade, numa generalização mais ao gosto dos livros de auto-ajuda e dos programas de culinária do que propriamente à luz da ciência social.E agora juntemos os ingredientes e formulemos a seguinte questão: por que só agora a mídia, setores da oposição como DEM e PSDB, alguns e pequenos setores da chamada elite econômica (alguns se querem até intelectuais) resolveram que o Brasil passa por uma crise de ética? Não leram esses senhores sobre a formação histórica do Brasil? Desconhecem as capitanias hereditárias e o sistema de heranças e transmissão de terras? Ignoram a escravidão e suas seqüelas entre a população negra e mulata no Brasil? Não somos todos herdeiros de um sistema político clientelista e apodrecido, cuja compra de votos foi sempre a regra e não a exceção, inclusive para o estabelecimento da reeleição em proveito próprio, como fez Fernando Henrique Cardoso e seu incorruptível escudeiro Sérgio Mota?Ah, quanta hipocrisia! Como o papel em branco e o microfone e a câmera de TV, ligados, aceitam tudo, nada mais fácil hoje em dia para os que detêm o poder da informação em levantar calúnias e mentiras contra seus adversários, mesmo que existam aqui e ali alguns deslizes praticados pelos acusados, mas que os próprios acusadores já cometeram algum dia (alguns até mais graves do que os anunciados). E falam todos de boca cheia contra a grande crise de ética no país em defesa da democracia e da liberdade de imprensa, como nunca se viu antes! E a entrega da Vale do Rio Doce a preço de banana? E a CPI Abril - TVA? E a CPI do Banestado? E as concorrências públicas no Estado de São Paulo, esse ninho de tucanos acima de qualquer suspeita? E as bonecas do “Cansei”?Perdoem-me o inevitável e surrado lugar comum: Freud explica!

Izaías Almada é escritor e dramaturgo. Autor, entre outros, do livro TEATRO DE ARENA: uma estética de resistência, Ed. Boitempo.
Correio Eletrônico Revista Caros Amigos: pra receber é só se cadastar no sítio: www.carosamigos.com.br

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Apresentação

Esse blog tem como objetivo promover interatividade com pessoas que partilham de idéias democráticas. Esta proposta possibilita uma conexão direta entre professor e aluno, discutindo principalmente questões sobre a disciplina Geografia, sobre Educação, política e sociedade. Pretende-se aqui disponibilizar material que possa auxiliar alunos no estudo da disciplina curricular ao longo do ano letivo, como também interagir sobre outros temas.

Prof. Pc